Revista de Economia e Sociologia Rural
https://revistasober.org/article/doi/10.1590/1806-9479.2020.192298
Revista de Economia e Sociologia Rural
Original article

The Brazilian agribusiness labor market: measurement, characterization and analysis of income differentials

O mercado de trabalho do agronegócio brasileiro: mensuração, caracterização e análise de diferenciais de rendimento

Nicole Rennó Castro; Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros; Alexandre Nunes Almeida; Leandro Gilio; Ana Carolina de Paula Morais

Downloads: 0
Views: 765

Abstract

Abstract:: Although the Brazilian agribusiness sector’s relevance to the country has been widely recognized nowadays, to date, no study has been developed to evaluate the level of employment in this sector as a whole for Brazil. Therefore, the first objective of this study is to access the Brazilian agribusiness labor market, and to measure it, analyze its structure and characterize its workers. Agribusiness worker income differentials were also contrasted with income differentials in the aggregated non-agribusiness labor force. The main results from the study are as follows: a) in 2017, 18.2 million individuals, 20.1% of the country’s labor force, worked in the Brazilian agribusiness sector; b) agribusiness workers were predominately unskilled or semi-skilled with a low level of schooling; c) a large proportion of the sector’s labor force were not formally employed; and d) the average income of agribusiness employees was lower than that of individuals in other economic sectors. There is also extreme labor market heterogeneity among agribusiness sector segments – with the primary segment presenting a noticeably dissimilar profile – and a significant income differential associated with different labor market statuses, economic sub-sectors and locations, and with individual characteristics such as level of schooling, skin tone and gender.

Keywords

agribusiness, earnings regression, labor market, methodological approach

Resumo

Resumo:: Embora a relevância do agronegócio brasileiro seja atualmente amplamente reconhecida, ainda não existe um estudo que avalie o nível de emprego deste setor como um todo para o Brasil. O objetivo principal desse estudo é analisar o mercado de trabalho do agronegócio brasileiro, realizando a sua mensuração, analisando sua estrutura e caracterizando seus trabalhadores. Também foram avaliados os diferenciais de rendimentos no agronegócio, confrontando-os com os diferenciais no setor agregado não agronegócio. Como principais resultados, verificam-se: a) 18,2 milhões de pessoas, 20,1% da força de trabalho do País, trabalharam no agronegócio brasileiro em 2017; b) os trabalhadores do agronegócio são predominantemente não qualificados com pouca educação formal; c) há participação relevante da mão de obra informal entre os trabalhadores do setor; e d) o rendimento médio dos trabalhadores do agronegócio foi inferior ao dos indivíduos em outros setores econômicos. Existe também elevada heterogeneidade do mercado de trabalho entre os segmentos do agronegócio – com o primário apresentando um perfil destoante – e um diferencial de rendimentos significativo associado a diferentes posições na ocupação e categorias de emprego, subsetores econômicos e regiões geográficas, e com características individuais, como nível de escolaridade, raça e gênero.
 

Palavras-chave

agronegócio, equação de rendimentos, mercado de trabalho, abordagem metodológica

Referências

Barros, G. S. C., Silva, A. F., & Fachinello, A. L. (2014). PIB do Agronegócio brasileiro: comentários metodológicos. Retrieved in 2017, May 12, from http://www.cepea.esalq.usp.br/comunicacao/Cepea_NotaMetodologica_Nova.pdf

Becker, G. S. (1962). Investment in human capital: a theoretical analysis, part 2. Journal of Political Economy, 70(5), 9-49.

Borges, C. M., & Ribeiro, E. P. (2009). Mudanças nos diferenciais intersetoriais de salários no Brasil (1995-2005). Economia & Tecnologia, 19(5), 43-58.

Brasil. Constituição. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. (2017). Balança comercial do Agronegócio. Retrieved in 2017, May 15, from http://www.agricultura.gov.br/internacional/indicadores-e-estatisticas/balanca-comercial

Brasil. Ministério do Trabalho e Educação – MTE. (2018). Relação anual de informações sociais. Brasília: MTE. Retrieved in 2018, October 8, from http://bi.mte.gov.br/bgcaged/login.php/

Cameron, C. A., & Trivedi, P. K. (2005). Microeconometrics: methods and applications. Cambridge: Cambridge University Press.

Castro, N. R., & Moreira, G. C. (2019). Emprego na agroindústria brasileira: aspectos comparativos frente à indústria de transformação não agropecuária. Perspectiva Econômica, 15(1), in press.

Castro, N. R., Barros, G. S. C., Almeida, A. N., Gilio, L., & Morais, A. C. P. (2017). Mercado de trabalho e rendimentos no agronegócio de Minas Gerais. Revista de Economia e Agronegócio – REA, 15(3), 387-405.

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA. (2017a). Metodologia - PIB do Agronegócio Brasileiro: base e evolução. Piracicaba: CEPEA. Retrieved in 2017, May 12, from https://www.cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/Metodologia%20PIB_divulga%C3%A7%C3%A3o.pdf

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA. (2017b). PIB do agronegócio brasileiro: PIB do Agronegócio - Dados de 1996 a 2017. Retrieved in 2018, February 12, from https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA. (2017c). Pesquisa que se aplica ao dia a dia. Retrieved in 2018, February 12, from http://cepea.esalq.usp.br/cepea/

Cirino, J. F., & Lima, J. E. (2012). Diferenças de rendimentos entre as regiões metropolitanas de Belo Horizonte e Salvador: uma discussão a partir da decomposição de Oaxaca-Blinder. Revista Economica do Nordeste, 43(2), 371-382.

Cunha, M. S. (2008). Os empregados da agricultura brasileira: diferenciais e determinantes salariais. Revista de Economia e Sociologia Rural, 46(3), 597-621.

Davis, J. H., & Goldberg, R. A. (1957). A concept of agribusiness. Journal of Farm Economics, 39(4), 1042-1045.

Galinari, R., Teixeira, J., & Morgado, R. A. (2013). Competitividade da indústria de móveis no Brasil: Situação atual e perspectivas. BNDES Setorial, 37, 227-272.

Garcia, J. R. (2014). Trabalho rural: tendências em face das transformações em curso. In A. M. Buainain, E. Alves, J. M. Silveira & Z. Navarro (Eds.), O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um novo padrão agrário e agrícola. Brasília: EMBRAPA.

Gasques, J. G., Bacchi, M. R., & Figueiredo, L., Bastos, E .T., & Valdes, C. (2015). Produtividade da agricultura Brasileira: a hipótese da desaceleração. In Seminário Agricultura e Crescimento of Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Brasília: IPEA.

Heckman, J. J., Lochner, L. J., & Todd, P. E. (2006). Earnings functions, rates of return and treatment effects: the mincer equation and beyond. In E. A. Hanushek & F. Welch (Eds.), Handbook of the Economics of Education. Holland: Elsevier. Retrieved in 2017, May 12, from http://jenni.uchicago.edu/papers/Heckman_Lochner_etal_2006_HEE_v1_ch7.pdf

Hoffmann, R., & Ney, M. G. (2004). Desigualdade, escolaridade e rendimentos na agricultura, indústria e serviços de 1992 a 2002. Economia e Sociedade, 13(2), 51-79.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2014). Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua – notas metodológicas. Rio de Janeiro: IBGE. Retrieved in 2017, May 12, from ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Notas_metodologicas/notas_metodologicas.pdf

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2017). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE. Retrieved in 2017, October 8, from <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2015/microdados.sht

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2018a). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE. Retrieved in 2018, October 8, from https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/trabalho/9173-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-trimestral.html?=&t=microdados

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2018b). Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. Rio de Janeiro: IBGE. Retrieved in 2018, October 9, from <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/tabelas/brasil/fevereiro-2018.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2018c). Produção Agrícola Municipal - PAM. Rio de Janeiro: IBGE. Retrieved in 2018, October 9, from https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas

International Labour Organisation – ILO. (2008). Promotion of rural employment for poverty reduction. Report IV: fourth item on the agenda. In Proceedings of the 97th Session International Labour Organisation. Génova: ILO.

Menezes-Filho, N. (2002). Equações de rendimentos: questões metodológicas. In C. H. Corseuil (Ed.), Estrutura salarial: aspectos conceituais e novos resultados para o Brasil. Rio de Janeiro: IPEA.

Mincer, J. (1974). Schooling, experience and earnings. Cambridge: National Bureau of Economic Research, Inc. Retrieved in 2017, May 12, from https://econpapers.repec.org/bookchap/nbrnberbk/minc74-1.htm

Moraes, M. A. F. D. (2007). O mercado de trabalho da agroindústria canavieira: desafios e oportunidades. Economia Aplicada, 11(4), 605-619.

Morais, A. C. P., Almeida, A. N., Spolador, H. F. S., & Barros, G. S. C. (2015). Análise do mercado de trabalho no agronegócio no Brasil a partir dos microdados das PNADs entre 2002 e 2013. Informações Econômicas, 45(4)

Morais, A. C. P., Castro, N. R., & Gilio, L., Barros, G. S. C., Almeida, A. N., Fachinello, A. L., & Oliveira, J. (2018). Mercado de trabalho do agronegócio nos estados brasileiros. Revista de Política Agrícola, 27(4), in press.

Pinto, M. A. N., & Cunha, M. S. (2014). Emprego e diferenciais de rendimento no setor agrícola brasileiro: uma análise desagregada por subsetor. Revista de Economia e Agronegócio, 12(1-3), 49-70.

Santos, G. C., Fontes, R. M. O., Bastos, P. M. A., & Lima, J. E. (2010). Mercado de trabalho e rendimento no meio rural brasileiro. Economia Aplicada, 14(3), 355-379.

Schultz, T. W. (1961). Investment in human capital. The American Economic Review, 51(1), 1-17.

Squeff, G. C. (2012). Desindustrialização: luzes e sombras no debate brasileiro (Texto para Discussão, No. 1.747). Brasília: Ipea.

Staduto, J. A. R., Shikida, P. F. A., & Bahca, C. J. C. (2004). Alteração na composição da mão-de-obra assalariada na agropecuária brasileira. Revista de Economia Agrícola, 51(2), 57-70.

Tansel, A., & Bodur, F. B. (2012). Wage inequality and returns to education in Turkey: a quantile regression analysis. Review of Development Economics, 16(1), 107-121.
 


Submetido em:
28/02/2018

Aceito em:
22/12/2018

5ea752bb0e8825325bf1743b resr Articles

resr

Share this page
Page Sections