Revista de Economia e Sociologia Rural
https://revistasober.org/article/doi/10.1590/1806-9479.2021.223028
Revista de Economia e Sociologia Rural
Original Article

Institutional arrangements in the commercialization of electric energy from sugarcane biomass in the Brazilian midwest

Arranjos institucionais na comercialização de energia elétrica de biomassa de cana-de-açúcar na região centro-oeste do Brasil

Marli da Silva Garcia; Olivier François Vilpoux; Marney Pascoli Cereda

Downloads: 1
Views: 597

Abstract

Abstract: Reducing the use of fossil fuels and mitigating environmental impacts justifies the generation of electricity from renewable sources. In Brazil, sugarcane is the biomass that most generates electricity, and Mato Grosso do Sul state accounts for 10% of this electricity. Production can be traded in the spot market, long-term contracts regulated by the Federal Government, or free contracts between companies. Despite these options, only half of the sugarcane industries in Mato Grosso do Sul commercialize electricity. Based on Transaction cost economics, the objective of this work is to identify the most suitable governance structures used in the commercialization of electricity produced by the sugarcane plants in the state of Mato Grosso do Sul and to evaluate the institutional environment impact on these structures. A questionnaire was applied to all sugarcane companies in the state, and interviews were conducted with specialists and regulatory agencies. The results indicate that the widespread use of plural forms of governance for the commercialization of energy reduces the risks linked to a weak institutional environment and judicialization of the spot market. The preference for free contracts and a large number of short-term transactions indicate a lack of trust in the existing institutions, with the need to strengthen independent regulatory agencies.

Keywords

renewable energy, transaction cost economics, institutions, plural forms

Resumo

Resumo: Reduzir o uso de combustíveis fósseis e os impactos ambientais justifica a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis. No Brasil, a cana-de-açúcar é a biomassa que gera mais energia elétrica e o estado do Mato Grosso do Sul é responsável pela geração de 10% dessa eletricidade. A produção pode ser negociada no mercado spot em contratos de longo prazo regulados pelo Governo Federal e em contratos livres, entre empresas. Apesar dessas opções, apenas metade das indústrias canavieiras do Mato Grosso do Sul comercializa eletricidade. Com base na Economia dos Custos de Transação, o objetivo desta pesquisa é identificar, dentre as estruturas de governança utilizadas, as mais adequadas para a comercialização da eletricidade produzida pelas usinas de cana-de-açúcar no estado de Mato Grosso do Sul, além de avaliar o impacto do ambiente institucional nessas estruturas. Um questionário foi aplicado a todas as empresas canavieiras do estado e foram realizadas entrevistas com especialistas e agências reguladoras. Os resultados indicam que o uso generalizado de formas plurais de governança reduz os riscos associados a um ambiente institucional fraco e à judicialização do mercado spot. A preferência por contratos livres e transações de curto prazo indica a falta de confiança nas instituições, com a necessidade de fortalecer agências reguladoras independentes.
 

Palavras-chave

energia renovável, economia dos custos de transação, instituições, formas plurais

Referências

Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL (2014). Banco de Informações de geração: matriz de energia elétrica. Brasília: BIG/ANEEL.

Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. (2015a). Banco de Informações de geração: matriz de energia elétrica. Brasília: BIG/ANEEL.

Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. (2015b). Leilão de energia de reserva - 3º LER. Minuta do Leilão nº 11/2015 - Processo nº 48500.006535/2014-93. Brasília: BIG/ANEEL.

Altman, I., & Johnson, T. (2008). The choice of organizational form as a non-technical barrier to agro-bioenergy industry development. Biomass and Bioenergy, 32(1), 28-34.

Araujo, J., Costa, A. M., Correia, T., & Melo, E. (2008). Energy contracting in Brazil and electricity prices. International Journal of Energy Sector Management, 2(1), 36-51.

Associação Brasileira de Comercializadores de Energia – ABRACEEL. (2017). Energia livre: isso é da sua conta (No. 2). Brasília: ABRACEEL. Recuperado em 15 de julho de 2020, de http://www.abraceel.com.br/userfiles//Versao_Final_Relatorio_Anual_Abraceel_2016.pdf

Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul – BIOSUL. (2015). Histórico de produção em Mato Grosso do Sul.

Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul – BIOSUL. (2019). Série histórica: exportação de bioeletricidade. Mato Grosso do Sul.

Bocci, E., Di Carlo, A., & Marcelo, D. (2009). Power plant perspectives for sugarcane mills. Energy, 34(5), 689-698.

Brasil. (2004a). Decreto nº 5.163 de 30 de julho de 2004. Regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2004b). Lei nº 10.847 de 15 de março de 2004. Autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2004c). Lei nº 10.848 de 15 de março de 2004. Dispõe sobre a comercialização de energia elétrica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2006). Resolução Conama nº 382, de 26 de dezembro de 2006. Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2007). Decreto nº 6.048 de 27 de fevereiro de 2007. Altera os arts. 11, 19, 27, 34 e 36 do Decreto no 5.163, de 30 de julho de 2004, que regulamenta a comercialização de energia Elétrica, o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2012). Decreto nº 7.805 de 14 de setembro de 2012. Regulamenta a Medida Provisória no 579, de 11 de setembro de 2012, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais, sobre a modicidade tarifária, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. Ministério de Minas e Energia – MME. (2013). Balanço Energético Nacional 2013: Ano base 2012. Rio de Janeiro: Empresa de Pesquisa Energética. Recuperado em 8 de dezembro de 2020, de https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/Balanco-Energetico-Nacional-2013

Brasil. Ministério de Minas e Energia – MME. (2016). Resenha energética brasileira. Exercício de 2015. Brasília. Recuperado em 15 de julho de 2020, de http://www.aben.com.br/Arquivos/456/456.pdf

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. (2015). Resultado consolidado dos leilões - 12/2015. Recuperado em 15 de julho de 2020, de https://www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_360479

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. (2020a). Comercialização. Recuperado em 15 de julho de 2020, de https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/onde-atuamos/comercializacao?_afrLoop=94584815257737&_adf.ctrl-state=dulfvjyyu_14#!%40%40%3F_afrLoop%3D94584815257737%26_adf.ctrl-state%3Ddulfvjyyu_18

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. (2020b). Contratos: regras de comercialização. Versão 2020.2. Recuperado em 15 de julho de 2020, de www.ccee.org.br/ccee/documentos/CCEE_644664

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. (2020c). Setor elétrico: com quem se relaciona. Recuperado em 15 de julho de 2020, de https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/onde-atuamos/com_quem_se_relaciona?_adf.ctrl-state=jtvdmdluj_184&_afrLoop=101449679318148#!

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica. New Series, 4(16), 386-405.

Coutinho, P. C., & Oliveira, A. R. (2013). Trading forward in the Brazilian electricity market. International Journal of Energy Economics and Policy, 3(3), 272-287.

Dalbem, M. C., Brandão, L. E. T., & Gomes, L. L. (2014). Can the regulated market help foster a free market for wind energy in Brazil? Energy Policy, 66, 303-311.

Defante, L. R., Vilpoux, O. F., & Sauer, L. (2018). Evolução da produção de cana-de-açúcar no Estado de Mato Grosso. Informe Gepec, 22(1), 150-169.

Delmas, M., & Tokat, Y. (2005). Deregulation, governance structures, and efficiency: The U.S. electric utility sector. Strategic Management Journal, 26(5), 441-460.

Deshmukh, R., Jacobson, A., Chamberlin, C., & Kammen, D. (2013). Thermal gasification or direct combustion: comparison of advanced cogeneration system in sugarcane industry. Biomass and Bioenergy, 5(5), 163-174.

Erdogdu, E. (2013). A cross-country analysis of electricity market reforms : Potential contribution of New Institutional Economics. Energy Economics, 39, 239-251.

Fabrizio, K. R. (2013). The effect of regulatory uncertainty on investment : evidence from renewable energy generation. Journal of Law Economics and Organization, 29(4), 765-798.

Finon, D., & Perez, Y. (2007). The social efficiency of instruments of promotion of renewable energies : a transaction-cost perspective. Ecological Economics, 62(1), 77-92.

Garcia, M., Vilpoux, O. F., & Cereda, M. P. (2018). Distributed electricity generation from sugarcane for agricultural irrigation: a case study from the midwest region of Brazil. Utilities Policy, 50, 207-210.

Ghosh, R., & Kathuria, V. (2015). Gas based power generation in India : lessons from a transaction cost analysis. Energy Strategy Reviews, 8, 1-7.

Gomes, C. F., & Maia, A. C. C. (2013). Ordenação de alternativas de biomassa utilizando o apoio multicritério à decisão. Produção, 23(3), 488-499.

Henisz, W. J., & Zelner, B. A. (2001). The institutional environment for telecommunications investment. Journal of Economics & Management Strategy, 10(1), 123-147.

Higashi, S. Y., Fagundes, M. B. B., Caleman, S. M. Q., Sauer, L., & Saes, M. S. (2017). Plural forms of governance at central supply markets. Revista de Administração Contemporânea, 21(6), 743-763.

Hofsetz, K., & Silva, M. A. (2012). Brazilian sugarcane bagasse: energy and non-energy consumption. Biomass and Bioenergy, 46, 564-573.

International Energy Agency – IEA (2013). World Energy Outlook 2013. Paris: IEA. Recuperado em 15 de julho de 2020, de https://www.iea.org/reports/world-energy-outlook-2013

Langniss, O., & Praetorius, B. (2006). How much market do market-based instruments create? An analysis for the case of ‘“ white ”’ certificates. Energy Policy, 34(2), 200-211.

Lopes, D., & Leite, A. (2016). What accounts for plural forms of governance structure in the same industry or firm: the case of the Brazilian Electricity Industry. Brazilian Administration Review, 13(4), 1-18.

Ménard, C. (2004). The economics of hybrid organizations. Journal of Institutional and Theoretical Economics, 160(3), 345-376.

Ménard, C. (2013). Plural forms of organization: where do we stand? Managerial and Decision Economics, 34(3–5), 124-139.

Ménard, C. (2014). Embedding organizational arrangements : towards a general model. Journal of Institutional Economics, 10(4), 567-589.

Ménard, C., & Shirley, M. M. (2014). The future of new institutional economics: from early intuitions to a new paradigm? Journal of Institutional Economics, 10(4), 541-565.

Michelazzo, M. B., & Braunbeck, O. A. (2008). Análise de seis sistemas de recolhimento do palhiço na colheita mecanizada da cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 12(5), 546-552.

Nepal, R., Menezes, F., & Jamasb, T. (2014). Network regulation and regulatory institutional reform : Revisiting the case of Australia. Energy Policy, 73, 259-268.

Niesten, E., Jolink, A., Lopes de Sousa Jabbour, A. B., Chappin, M., & Lozano, R. (2017). The impact of governance and institutions on sustainable performance. Journal of Cleaner Production, 155(2), 1-6.

North, D. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge University Press.

North, D. (2005). Understanding the process of economic change. Princeton: Princeton University Press.

Praetorius, B., & Bleyl, J. W. (2006). Improving the institutional structures for disseminating energy efficiency in emerging nations : a case study for energy agencies in South Africa. Energy Policy, 34(13), 1520-1531.

Raynaud, E., Schnaider, P. S. B., & Saes, M. S. M. (2019). Surveying the economics of plural modes of organization. Journal of Economic Surveys, 33(4), 1151-1172.

Rego, E. E., & Parente, V. (2013). Brazilian experience in electricity auctions: Comparing outcomes from new and old energy auctions as well as the application of the hybrid Anglo-Dutch design. Energy Policy, 55, 511-520.

Rendeiro, G., Macedo, E. N., Pinheiro, G., & Pinho, J. (2011). Analysis on the feasibility of biomass power plants adding to the electric power system e Economic, regulatory and market aspects e State of Pará, Brazil. Renewable Energy, 36(6), 1678-1684.

Sander, M. (2016). The rise of governments in global oil governance : Historical dynamics, transaction cost economics, and contemporary implications. Energy Research & Social Science, 17, 82-93.

Scaramucci, J., Perin, C., Pulino, P., Bordoni, O. F. J. G., da Cunha, M. P., & Cortez, L. A. B. (2006). Energy from sugarcane bagasse under electricity rationing in Brazil: a computable general equilibrium model. Energy Policy, 34(9), 986-992.

Schnaider, P. S. B., Ménard, C., & Saes, M. S. M. (2018). Heterogeneity of plural forms: a revised transaction cost approach. Managerial and Decision Economics, 39(6), 652-663. http://dx.doi.org/10.1002/mde.2935

Signorini, G., Ross, R. B., & Peterson, H. C. (2015a). Historical analysis of institutions and organizations: the case of the Brazilian electricity sector. Journal of Institutional Economics, 11(1), 191-212.

Signorini, G., Ross, R. B., & Peterson, H. C. (2015b). Governance strategies and transaction costs in a renovated electricity market. Energy Economics, 52, 151-159.

Silva, N. F., Rosa, L. P., Freitas, M. A. V., & Pereira, M. G. (2013). Wind energy in Brazil : from the power sector ’s expansion crisis model to the favorable environment. Renewable & Sustainable Energy Reviews, 22, 686-697.

Souza, F. C., & Legey, L. F. L. (2010). Dynamics of risk management tools and auctions in the second phase of the Brazilian Electricity Market reform. Energy Policy, 38(4), 1715-1733.

Souza, Z. J. (2017). Prioridade: resolver a judicialização no Mercado de Curto Prazo! União dos Produtores de Bioenergia (UDOP ), Fórum de Articulistas. Recuperado em 16 de julho de 2020, de https://www.udop.com.br/noticia/2017/11/08/prioridade-resolver-a-judicializacao-no-mercado-de-curto-prazo.html

Spanjer, A. R. (2009). Regulatory intervention on the dynamic European gas market: neoclassical economics or transaction cost economics? Energy Policy, 37(8), 3250-3258.

União da Industria de Cana de Açúcar – ÚNICA. (2017). Boletim: a bioeletricidade da cana em números: abril de 2017. São Paulo: UNICA.

União da Industria de Cana de Açúcar – ÚNICA. (2018). UNICADATA: produção. São Paulo: UNICA. Recuperado em 16 de julho de 2020, de http://www.unicadata.com.br/historico-de-area-ibge.php?idMn=33&tipoHistorico=5

Ursaia, G. C., Guerra, J. B. A., Youssef, Y. A., & Lordemann, J. A. (2013). O quadro político e institucional do setor energético brasileiro (Working Paper, No. 92). Portugal, Leiria: GlobAdvantage of Center of Research in International Business e Strategy.

Vahl, F. P., Rüther, R., & Casarotto Filho, N. (2013). The influence of distributed generation penetration levels on energy markets. Energy Policy, 62, 226-235.

Williamson, O. E. (1985). The economic institutions of capitalism. New York: The Free Press.

Williamson, O. E. (1996). The mechanisms of governance. New York: Oxford University.

Williamson, O. E. (1999). Public and private bureaucracies : a transaction cost economics perspective. Journal of Law Economics and Organization, 15(1), 306-342.
 


Submetido em:
23/04/2019

Aceito em:
15/10/2020

605b9484a9539553273a29e4 resr Articles
Links & Downloads

resr

Share this page
Page Sections