Revista de Economia e Sociologia Rural
https://revistasober.org/article/doi/10.1590/1806-9479.2021.224662
Revista de Economia e Sociologia Rural
Original Article

Institutional dimension for sustainable development: the relationship of organic and conventional cotton farming with government

Dimensão institucional para o desenvolvimento sustentável: as relações da cotonicultura orgânica e da convencional com o governo

Paulo Thiago Nunes Bezerra de Melo; Hans Michael van Bellen

Downloads: 0
Views: 657

Abstract

Abstract: This study aimed to examine the institutional dimension of conventional and organic cotton farming; specifically, the relationships between farms and government organizations. In both, conventional and organic production systems, the farmers are located in varying institutional environments. These environments include a social capital formed by relationships of trust and cognitive affinities. This study focused on the social capital and guidelines for sustainable development. Multiple study cases were used for explanatory purposes. Such cases refer to a conventional cotton farming business and a civil society organization dedicated to organic cotton farming, both located in the state of Piauí. A comparative analysis perspective was adopted based on the elements of content analysis. The results showed that the conventional cotton farming business comprises relationships with governmental organizations that are predominantly oriented towards economic efficiency purposes, while the family-based organic cotton farming association comprises relationships oriented by economic, social, and environmental objectives. The present study extends the discussion on these topics by analyzing the institutional dimension oriented towards the sustainable development premises.

Keywords

sustainable development, social capital, social networks

Resumo

Resumo: Estudo buscou analisar a dimensão institucional da cotonicultura convencional e orgânica; especificamente, as relações entre os estabelecimentos rurais e organizações governamentais. Em ambos os sistemas produtivos, convencional e orgânico, os produtores estão inseridos em diferentes ambientes institucionais. Esses ambientes incluem um capital social formado por relações de confiança e afinidades cognitivas. Este estudo tem como foco o capital social e as orientações para o desenvolvimento sustentável. Um estudo de casos múltiplos foi adotado com propósito explanatório. Esses casos referem-se a uma empresa de cotonicultura convencional e uma organização da sociedade civil dedicada à cotonicultura orgânica, ambas localizadas no estado do Piauí. Adotou-se uma perspectiva de análise comparativa com base nos elementos da análise de conteúdo. Os resultados mostraram que o negócio da cotonicultura convencional compreende relações com órgãos governamentais predominantemente orientados para propósitos de eficiência econômica, enquanto a associação de cotonicultura orgânica de base familiar compreende relações orientadas por objetivos econômicos, sociais e ambientais. O presente estudo amplia a discussão sobre esses temas, analisando a dimensão institucional orientada para o desenvolvimento sustentável.
 

Palavras-chave

desenvolvimento sustentável, capital social, redes sociais

Referências

Aguiar, G. A. M., Lima Filho, R. R., & Torres-Junior, A. M. (2013). A última fronteira agrícola. AgroANALYSIS, 33(5), 15-16.

Altieri, M. A., & Nicholls, C. I. (2012). Agroecology scaling up for food sovereignty and resiliency. Sustainable Agriculture Research, 11, 1-29.

Alves, L. R. A., Barros, G. S. A. D. C., & Bacchi, M. R. P. (2008). Produção e exportação de algodão: Efeitos de choques de oferta e de demanda. Revista Brasileira de Economia, 62(4), 381-405.

Andrada, C. F., & Sato, L. (2014). Trabalho e política no cotidiano da autogestão: a rede Justatrama. Psicologia & Sociedade, 26(spe), 3-13.

Andrews, R. (2010). Organizational social capital, structure and performance. Human Relations, 63(5), 583-608.

Assis, R. L. D. (2006). Desenvolvimento rural sustentável no Brasil: perspectivas a partir da integração de ações públicas e privadas com base na agroecologia. Economia Aplicada, 10(1), 75-89.

Assis, R. L., & Romeiro, A. R. (2002). Agroecologia e Agricultura Orgânica: controvérsias e tendências. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 6, 67-80.

Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – ABRAPA. (2013). A cadeia do algodão brasileiro: safra 2012/2013 – desafios e estratégias. Brasília: ABRAPA.

Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Beltrão, N. E. M., Vale, L. S., Marques, L. F., Cardoso, G. D., Silva, F. V. F., & Araújo, W. P. (2010). O cultivo do algodão orgânico no semi-árido brasileiro. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 5(5), 8-13.

Bijl, R. (2011). Never waste a good crisis: towards social sustainable development. Social Indicators Research, 102(1), 157-168.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. (2008). Produtos orgânicos: sistemas participativos de garantia. Brasília: Mapa/ACS. Retrieved in 2020, July 29, from https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2012). Ata. Reunião ordinária n. 28 da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados. Brasília: Mapa/Cgac.

Burt, R. S. (2007). Secondhand brokerage: Evidence on the importance of local structure for managers, bankers, and analysts. Academy of Management Journal, 50(1), 119-148.

Chambers, S., & Kopstein, J. (2001). Bad civil society. Political theory, 29(6), 837-865.

Coleman, J. S. (1988). Social capital in the creation of human capital. American Journal of Sociology, 94, S95-S120.

Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. (2016). Algodão em caroço – Brasil (Série Histórica de Produtividade. Safras 1976/77 a 2015/16). Retrieved in 2016, May 3, from http://www.conab.gov.br/

Cruz, M. S., & Maia, S. F. (2008). Desempenho da cotonicultura brasileira pós-abertura econômica. Revista Economica do Nordeste, 39(2), 263-284.

Daviron, B., & Vagneron, I. (2011). From commoditisation to de‐commoditisation… and back again: Discussing the role of sustainability standards for agricultural products. Development Policy Review, 29(1), 91-113.

DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160.

Espinosa, H. R., Gómez, C. J. R., & Betancur, L. F. R. (2018). Factores Determinantes de la Sostenibilidad de las Agroempresas Asociativas Rurales. Revista de Economia e Sociologia Rural, 56(1), 107-122.

Faria, M. V. C. M., & Pereira, J. A. (2012). A rede de economia solidária do algodão agroecológico: desenvolvimento humano, sustentabilidade e cooperação entre os produtores rurais do Estado do Ceará. Organizações Rurais & Agroindustriais, 14(3), 395-408.

Ferreira Filho, J. B. D. S., Alves, L. R. A., & Villar, P. M. D. (2009). Estudo da competitividade da produção de algodão entre Brasil e Estados Unidos-safra 2003/04. Revista de Economia e Sociologia Rural, 47(1), 59-88.

Ferro, A. B., & Castro, E. R. D. (2013). Determinantes dos preços de terras no Brasil: uma análise de região de fronteira agrícola e áreas tradicionais. Revista de Economia e Sociologia Rural, 51(3), 591-609.

Flores, P. (2013). Organic agriculture in Latin America and the Caribbean. In H. Willer, J. Lernoud, & L. Kilcher (Eds.), The World of Organic Agriculture. Statistics and Emerging Trends 2013. Switzerland: FiBL-IFOAM.

Food and Agriculture Organization of the United Nations. (2020). FAOSTAT statistical database. Rome: FAO. Retrieved in 2020, July 29, from http://www.fao.org/faostat/.

Haddad, P. R. (1999). A concepção de desenvolvimento regional. In P. R. Haddad (Org.). A competitividade do agronegócio e o desenvolvimento regional no Brasil: estudos de clusters (pp. 9-22). Brasília: CNPq/Embrapa.

Hartmann, A. S., & Serafim, M. C. (2014). Uma proposta de modelo de análise do capital social organizacional. In: Anais do VIII Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD. São Paulo: ANPAD.

Hodgson, G. M. (1998). The approach of institutional economics. Journal of Economic Literature, 36(1), 166-192.

Jalfim, F., Sidersky, P., Rufino, E., Santiago, F., & Blackburn, R. (2013). Geração do conhecimento agroecológico a partir da interação entre atores: a experiência do Projeto Dom Helder Camara. Agriculturas, 10(3), 26-34.

Jorge, M. (2009). Desenvolvimento Produtivo para evitar a volta da vulnerabilidade externa. In J. P. R. Velloso, & R. C. Albuquerque (Orgs.), Na crise Global, como ser o melhor dos BRICs. Rio de Janeiro: Elsevier.

Lopolito, A., Nardone, G., & Sisto, R. (2011). Towards a comprehensive evaluation of local action groups in LEADER programmes. New Medit: Mediterranean Journal of Economics, Agriculture and Environment, 10(1), 43.

March, J. G., & Olsen, J. P. (2008). Neo-institucionalismo: fatores organizacionais na vida política. Revista de Sociologia e Politica, 16(31), 121-142.

Mattos, P. L. C. (2005). A entrevista não-estruturada como forma de conversação: razões e sugestões para sua análise. Revista de Administração Pública-RAP, 39(4), 823-846.

Melo, P. T. N. B. (2013). Indicadores da dimensão institucional do desenvolvimento sustentável e os objetivos da Rio+ 20. Desenvolvimento em Questão, 11(23), 74-117.

Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: Formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363.

Nahapiet, J., & Ghoshal, S. (1998). Social capital, intellectual capital, and the organizational advantage. Academy of Management Review, 23(2), 242-266.

North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University.

Pfahl, S. (2005). Institutional sustainability. International Journal of Sustainable Development, 8(1-2), 80-96.

Pignati, W., Oliveira, N. P., & Silva, A. M. C. D. (2014). Vigilância aos agrotóxicos: quantificação do uso e previsão de impactos na saúde-trabalho-ambiente para os municípios brasileiros. Ciencia & Saude Coletiva, 19, 4669-4678.

Porto, M. F., & Soares, W. L. (2012). Modelo de desenvolvimento, agrotóxicos e saúde: um panorama da realidade agrícola brasileira e propostas para uma agenda de pesquisa inovadora. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37(125), 17-31.

Putnam, R. D. (2002). Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna (2. ed.). Rio de Janeiro: FGV.

Ribeiro, F. J., & Markwald, R. (2009). Balança Comercial e déficits em transações correntes: de volta à vulnerabilidade externa? In J. P. R. Velloso, & R. C. Albuquerque (Orgs.). Na crise Global, como ser o melhor dos BRICs. Rio de Janeiro: Elsevier.

Rover, O. J. (2011). Agroecologia, mercado e inovação social: o caso da Rede Ecovida de Agroecologia. Ciências Sociais Unisinos, 47(1), 56-63.

Ruggie, J. G., & Nelson, T. (2015). Human Rights and the OECD Guidelines for Multinational Enterprises: Normative Innovations and Implementations Challenges (Corporate Social Responsibility Initiative Working Paper, 66). Cambridge, MA: John F. Kennedy School of Government, Harvard University.

Sabourin, E. (2007). Que política pública para a agricultura familiar no segundo governo Lula? Sociedade e Estado, 22(3), 715-751.

Sampaio, G. C., Marini, M. J., & Santos, G. D. (2018). Capital Social e Ações Conjuntas: um estudo de caso no Arranjo Produtivo de vinhos de altitude catarinense. Revista de Economia e Sociologia Rural, 56(4), 605-622.

Santos, G. R. (2011). Políticas públicas e expansão da agroenergia no Brasil: contradições e desafios à sustentabilidade no ambiente rural em regiões do Cerrado (Tese de doutorado). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília.

Serva, M., & Andion, C. (2004). O Controle Coletivo dos Riscos Ambientais na Produção de Alimentos: uma análise do sistema de certificação participativa na Rede Ecovida de Agroecologia. In Anais do 2o Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. São Paulo: ANPPAS.

Silva, G. G., Vilpoux, O. F., Cheung, T. L., & Defante, L. R. (2016). Agricultura familiar e cooperação: caso da COOP-GRANDE no município de Campo Grande (MS). Estudos Sociedade e Agricultura, 24(2), 444-470.

Souza, R. T., & Caldas, E de L. (2018). Redes alimentares alternativas e potencialidade ao desenvolvimento do capital social. Estudos Sociedade e Agricultura, 26(2), 426-446.

Spangenberg, J. H. (2002). Institutional sustainability indicators: an analysis of the institutions in Agenda 21 and a draft set of indicators for monitoring their effectivity. Sustainable Development, 10(2), 103-115.

Tsai, W., & Ghoshal, S. (1998). Social capital and value creation: The role of intrafirm networks. Academy of Management Journal, 41(4), 464-476.

United Nations. (1992). Resources: outcomes, & frameworks. Agenda 21. Retrieved in 2013, March 11, from https://sustainabledevelopment.un.org/

Veblen, T. (1987). A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Nova Cultural.

Vogelpohl, T., & Aggestam, F. (2012). Public policies as institutions for sustainability: potentials of the concept and findings from assessing sustainability in the European forest-based sector. European Journal of Forest Research, 131(1), 57-71.

Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos (3. ed.). Porto Alegre: Bookman.
 


Submetido em:
29/05/2019

Aceito em:
20/12/2020

60a3b960a95395525a763d63 resr Articles
Links & Downloads

resr

Share this page
Page Sections