Revista de Economia e Sociologia Rural
https://revistasober.org/article/doi/10.1590/1806-9479.2023.280030
Revista de Economia e Sociologia Rural
ARTIGO ORIGINAL

Redes socioeconômicas aplicadas à avaliação de risco de entrada de pragas via importação de frutas no Brasil

Eduardo Cassettari Monteferrante; Sílvia Helena Galvão de Miranda

Downloads: 0
Views: 32

Resumo

O comércio internacional é capaz de afetar negativamente a fruticultura brasileira, em razão do risco à sanidade vegetal, que é a combinação da probabilidade de ocorrência da praga e seu perigo potencial. O modelo de rede socioeconômica possui potencial de representar esse risco e ser usado pelo órgão fiscalizador. Os objetivos são analisar a aplicabilidade do modelo para a avaliação de risco de entrada de pragas via importação, e converter os resultados em propostas de estratégias de inspeção para determinadas frutas. A probabilidade foi representada pela frequência de importação caracterizada pelo tamanho do nó e a espessura do arco, enquanto o perigo potencial foi expresso pela cor do nó, de acordo com as pragas interceptadas de 2018 a 2020. O método se mostrou útil como meio visual para analisar as regiões de risco, mas não como método preditivo. Como resultado, as maçãs e peras importadas da Argentina, Uruguai, Chile e Espanha, principalmente pela região Sul; frutas do gênero Prunnus do Chile, especialmente pelo Rio Grande do Sul; frutas da Nomenclatura Comum do Mercosul 0810, do Chile, México e EUA; citros do Uruguai e Argentina, em particular, por São Paulo; uva da Argentina, em especial, importadas via região Sul, Pernambuco e São Paulo precisam de inspeção mais rigorosa.

Palavras-chave

comércio internacional, inspeção fitossanitária, modelo de redes, espécie exótica, mapeamento de risco

Referências

Appleyard, D., & Field, A. (2013). International economics. The McGraw-Hill Companies Inc.

Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados – ABRAFRUTAS. (2022). Export data for 2022. Brasilia: ABRAFRUTAS.

Bassanezi, R. B., Lopes, S. A., Miranda, M. P., Wulff, N. A., Volpe, H. X. L., & Ayres, A. J. (2020). Overview of citrus huanglongbing spread and management strategies in Brazil. Tropical Plant Pathology, 45(3), 251-264. http://doi.org/10.1007/s40858-020-00343-y

Bové, J. M. (2006). Huanglongbing: a destructive, newly-emerging, century-old disease of citrus. Journal of Plant Pathology, 88(1), 7-37.

Brasil. (2017). Instrução normativa SDA/MAPA nº 39, de 27 de novembro de 2017. Aprova o funcionamento do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional – Vigiagro. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2018). Instrução normativa SDA/MAPA nº 39, de 01 de outubro de 2018. Estabelecer, na forma do Anexo desta Instrução Normativa, a lista de Pragas Quarentenárias Ausentes (PQA) para o Brasil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2019). Instrução normativa SDA/MAPA nº 29, de 18 de outubro de 2019. Inclui novas pragas na Lista de Pragas Quarentenárias Ausentes - (PQA), constantes do Anexo da Instrução Normativa SDA nº 39, de 1º de outubro de 2018. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. (2020). Instrução normativa SDA/MAPA nº 85, de 24 de agosto de 2020. Altera a Lista de Pragas Quarentenárias Ausentes. . Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.

Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC. ComexStat. (2022). Exportação e importação geral. Brasilia: MDIC. Recuperado em 1 de novembro de 2022, de http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral

Brasil. Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. (2023). Produção agropecuária. Brasilia: MAPA.

Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA. (2024). Citrus. Recuperado em 26 de maio de 2024, de https://www.cepea.esalq.usp.br/br/indicador/citros.aspx

Christley, R. M., Pinchbeck, G. L., Bowers, R. G., Clancy, D., French, N. P., Bennett, R., & Turner, J. (2005). Infection in social networks: using network analysis to identify high-risk individuals. American Journal of Epidemiology, 162(10), 1024-1031. PMid:16177140. http://doi.org/10.1093/aje/kwi308

Coletta-Filho, H. D., Targon, M. L. P. N., Takita, M. A., De Negri, J. D., Pompeu Jr, J. R. J., Machado, M. A., Do Amaral, A. M., & Muller, G. W. (2004). First report of the causal agent of Huanglongbing (“Candidatus Liberibacter asiaticus”) in Brazil. Plant Disease, 88(12), 1382. PMid:30795206. http://doi.org/10.1094/PDIS.2004.88.12.1382C

De Nooy, W., Mrvar, A., & Batagelj, V. (2005). Exploratory network analysis with pajek. Cambridge: Cambridge University Press.. http://doi.org/10.1017/CBO9780511806452.

Eyre, D., Macarthur, R., Haack, R. A., Lu, Y., & Krehan, H. (2018). Variation in inspection efficacy by member states of wood packaging material entering the European Union. Journal of Economic Entomology, 111(2), 707-715. PMid:29365175. http://doi.org/10.1093/jee/tox357

Food and Agriculture Organization – FAO. (2018a). International standards for phytosanitary measures 5: glossary of phytosanitary terms. Rome: FAO.

Food and Agriculture Organization – FAO. (2018b). International standards for phytosanitary measures 6: surveillance. Rome: FAO.

Food and Agriculture Organization – FAO. (2021a). International standards for phytosanitary measures 2: framework for pest risk analysis. Rome: FAO.

Food and Agriculture Organization – FAO. (2021b). List of IPPC countries. Rome: FAO.

Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus. (2024). Pesquisar. Recuperado em 26 de maio de 2024, de https://www.fundecitrus.com.br/pes/pesquisar

Haack, R. A. (2006). Exotic bark- and wood-boring Coleoptera in the United States: recent establishments and interceptions. Canadian Journal of Forest Research, 36(2), 269-288. http://doi.org/10.1139/x05-249

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2022). Produção agrícola municipal. Recuperado em 1 de novembro de 2022, de https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9117-producao-agricola-municipal-culturas-temporarias-e-permanentes.html

Jackson, M. O. (2008). Social and economic networks. Princeton University Press. http://doi.org/10.1515/9781400833993.

Laranjeira, F. F., Alexandre, J. R., Morais, E. F., Lohmann, T., & Silva, M. L. (2017). Priorização de pragas quarentenárias ausentes: metodologia e lista das 20 pragas mais importantes (Documentos, No. 220). Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Lichtenberg, E., & Olson, L. J. (2018). The fruit and vegetable import pathway for potential invasive pest arrivals. PLoS One, 13(2), e0192280. PMid:29451910. http://doi.org/10.1371/journal.pone.0192280

Martínez-López, B., Perez, A. M., & Sánchez-Vizcaíno, M. (2009). Social network analysis: review of general concepts and use in preventive veterinary medicine. Transboundary and Emerging Diseases, 56(4), 109-120. PMid:19341388. http://doi.org/10.1111/j.1865-1682.2009.01073.x

McCullough, D. G., Work, T. T., Cavey, J. F., Liebhold, A. M., & Marshall, D. (2006). Interception of nonindigenous plant pests at US ports of entry and border crossings over a 17-year period. Biological Invasions, 8(4), 611-630. http://doi.org/10.1007/s10530-005-1798-4

Monteferrante, E. C., Vicenzi, M. S., Okubo, A. M., Silva, M. S. F., & Meleiro, M. (2018). Interceptações de pragas em embalagens de madeira no Porto de Santos. Revista de Política Agrícola, 1, 132-141.

Moslonka-Lefebvre, M., Finley, A., Dorigatti, I., Dehnen-Schmutz, K., Harwood, T., Jeger, M. J., Xu, X., Holdenrieder, O., & Pautasso, M. (2011). Networks in plant epidemiology: from genes to landscapes, countries, and continents. Phytopathology, 101(4), 392-403. PMid:21062110. http://doi.org/10.1094/PHYTO-07-10-0192

Mwebaze, P., Monaghan, J., Spence, N., Macleod, A., Hare, M., & Revell, B. (2010). Modelling the risks associated with the increased importation of fresh produce from emerging supply sources outside the EU to the UK. Journal of Agricultural Economics, 61(1), 97-121. http://doi.org/10.1111/j.1477-9552.2009.00231.x

Pautasso, M., & Jeger, M. (2014). Network epidemiology and plant trade networks. AoB Plants, 6(0), 1-14. PMid:24790128.

Porro, D., & Stefanini, M. (2016). Tecnologias para o desenvolvimento da vitivinicultura de Santa Catarina: relatório das atividades desenvolvidas. Provincia Autonoma de Trento.

Pyšek, P., Hulme, P. E., Simberloff, D., Bacher, S., Blackburn, T. M., Carlton, J. T., Dawson, W., Essl, F., Foxcroft, L., Genovesi, P., Jeschke, J. M., Kühn, I., Liebhold, A. M., Mandrak, N. E., Meyerson, L. A., Pauchard, A., Pergl, J., Roy, H. E., Seebens, H., Van Kleunen, M., Vilà, M., Wingfield, M. J., & Richardson, D. (2020). Scientists’ warning on invasive alien species. Biological Reviews of the Cambridge Philosophical Society, 95(6), 1511-1534. PMid:32588508. http://doi.org/10.1111/brv.12627

Ribeiro, R. G., Boteon, M., Geraldini, F. (2023) Custo de produção: HLB (Greening) se espalha e eleva os gastos na citricultura. Hortifruti Brasil, n. 233.

Richardson, D. M., Pysek, P., & Carlton, J. T. (2011). A compendium of essential concepts and terminology in invasion ecology. In D. M. Richardson (Ed.), Fifty years of invasion ecology: the legacy of Charles Elton (Vol. 1, pp. 409-418). Oxford: Blackwell Publishing Ltd.

Stancioli, A. R., & Sugayama, R. L. (2015). Análise de risco de pragas. In R. L. Sugayama, M. L. Silva, S. X. B. Silva, L. C. Ribeiro & L. E. P. Rangel (Eds.) Defesa vegetal: fundamentos, ferramentas, políticas e perspectivas (Vol. 1, pp. 165-182). Belo Horizonte: SBDA.

Surkov, I. V., van der Werf, W., van Kooten, O., & Lansink, A. G. (2008). Modeling the rejection probability in plant imports. Phytopathology, 98(6), 728-735. PMid:18944298. http://doi.org/10.1094/PHYTO-98-6-0728

Szyniszewska, A. M., Leppla, N. C., Huang, Z., & Tatem, A. J. (2016). Analysis of Seasonal Risk for Importation of the Mediterranean Fruit Fly, Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae), via Air Passenger Traffic Arriving in Florida and California. Journal of Economic Entomology, 109(6), 2317-2328. PMid:27594703. http://doi.org/10.1093/jee/tow196

Teixeira, D. D., Saillard, C., Eveillard, S., Danet, J. L., Costa, P. I., Ayres, A. J., & Bove, J. (2005). ‘Candidatus Liberibacter americanus’, associated with citrus Huanglongbing (greening disease) in São Paulo state, Brazil. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, 55(5), 1857-1862. PMid:16166678. http://doi.org/10.1099/ijs.0.63677-0

United States Department of Agriculture – USDA. (2023). Citrus: world markets and trade. Washington, D.C.: USDA.

Westphal, M. I., Browne, M., Mackinnon, K., & Noble, I. (2008). The link between international trade and the global distribution of invasive alien species. Biological Invasions, 10(4), 391-398. http://doi.org/10.1007/s10530-007-9138-5

Work, T. T., McCullough, D. G., Cavey, J. F., & Komsa, R. (2005). Arrival rate of nonindigenous insect species into the United States through foreign trade. Biological Invasions, 7(2), 323-332. http://doi.org/10.1007/s10530-004-1663-x
 


Submetido em:
09/11/2023

Aceito em:
16/07/2024

671250a8a9539504d0217936 resr Articles
Links & Downloads

resr

Share this page
Page Sections