Sementes crioulas: o estado da arte no Rio Grande do Sul
Andréia Becker Pelwing; Lúcia Brandão Frank; Ingrid I. Bergman de Barros.
Resumo
O presente estudo analisou o estado da arte das sementes tradicionais, crioulas ou landraces no estado do Rio Grande do Sul. Através de uma amostragem não probabilística, foi realizado um estudo etnográfico em 13 propriedades de oito municípios pertencentes às regiões da Grande Porto Alegre, Serra, Planalto Médio, Depressão Central e Serra do Sudeste. A pesquisa diagnosticou uma grande diversidade de plantas cultivadas de origem remota, mantidas nas propriedades dos agricultores tradicionais através de bancos de sementes. Ao todo, foram identificadas 39 espécies de plantas, distribuídas em 12 famílias botânicas, totalizando 258 apontamentos de plantas cultivadas crioulas no total dos entrevistados. A preferência da utilização de sementes crioulas, de acordo com relatos dos agricultores entrevistados, foi atribuída principalmente a características como a adaptabilidade, valorização dos costumes, o sabor e qualidade das variedades tradicionais, além do baixo custo de produção. Em relação às dificuldades de sua manutenção, as mais freqüentes foram o desinteresse das novas gerações e a dificuldade em trocar e obter sementes. Foram, ainda, diagnosticadas estratégias de manutenção de variedades tradicionais desenvolvidas nas diferentes regiões como alternativas à conservação.