Impactos econômicos da introdução do milho Bt11 no Brasil: uma abordagem de equilíbrio geral inter-regional
Andressa Rodrigues Pavão; Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho
Resumo
Este trabalho analisa os impactos econômicos da adoção do milho Bt11 no Brasil, bem como as consequências da proibição deste cultivo apenas no Paraná, caso a lei estadual nº 14.162/03 entrasse em vigor. Para tal, utiliza-se um modelo computável de equilíbrio geral inter-regional, calibrado para 2001, simulando a redução de inseticida, mão de obra, combustível e lubrificantes, bem como o aumento de produtividade observado em lavouras de milho Bt11. Ao analisar a adoção nas regiões brasileiras "tecnificadas", observa-se o deslocamento de estoque de capital e mão de obra de todas as regiões para o Sul do País. Considerando-se que apenas o Paraná não adota milho Bt11, observa-se que tanto a mão de obra quanto o estoque de capital se deslocam do Sul e Sudeste para o Centro-Oeste do Brasil. Os resultados mais expressivos ocorrem no próprio estado do Paraná, onde não apenas o setor de milho, como também os setores a jusante perdem competitividade, reduzindo o nível de atividade, emprego e consumo das famílias. De forma geral, os efeitos da adoção do milho Bt11 são transmitidos ao longo da sua cadeia produtiva, gerando aumento do PIB, das exportações e do consumo das famílias, sendo mais expressivos nos setores e regiões diretamente relacionados com a cadeia de comercialização do milho, tais como os de criação animal e carnes, localizados, em sua maioria, no Sul do País.