Analisa a modernização ocorrida na agropecuária do Agreste pernambucano, entre 1960 e 1980. O processo se verifica pelo crescimento da pecuária bovina, apoiada e sustentada pelo Estado,por meio de incentivos fiscais e linhas de crédito. A partir do confronto entre a evolução da pecuária tr,vina e a produção de alimentos, verifica-se como se deu o crescimento e a intensificação da pecuária, suas consequências para as lavouras, analisando os impactos sociais causados, sobretudo a expansão do mercado de trabalho assalariado pela expulsão de pequenos produtores de alimentos e algodão. Enquanto o rebanho e as pastagens plantadas crescem, a área das culturas temporárias, sobreIlido alimentícias, sofrem redução. As tradicionais relações de produção calcadas no binômio culturas alimentares x pecuária são substituídas com a expansão do criatório, provocando o desemprego de um apreciável contingente de pequenos produtores, engrossando o número de trabalhadores assalariados temporários na atividade canavieira ou emigrando para centros urbanos. Em 20 anos os imóveis com menos de 10 ha apresentaram redução do número e da área ocupada; os efetivos bovinos cresceram 2,5 vezes e a produção de leite 3,4 vezes; a área ocupada com pastagens cresceu 400.000 ha, enquanto as culturas alimentares decresceram em 230.000 ha; em 1980 o número de estabelecimentos e a respectiva área trabalhada por não proprietários representa 68% em relação a 1970.